Após nos dar um gostinho de que rumo a sonoridade de seu novo álbum ia tomar, com as faixas “Attention” e “How Long”, Charlie Puth adiou a estreia de seu segundo e muito esperado álbum de estúdio, intitulado “Voicenotes”.
Apesar do disco estar pronto na época, Charlie, que se considera um perfeccionista, não estava feliz com algumas das faixas e resolveu mudar o álbum, levando um pouco mais de tempo para apresentar o produto final. Mas a espera acabou! O “Voicenotes”, foi lançado oficialmente nesta sexta (11/05), mais de um ano após o lançamento de seu primeiro single, “Attention“, que foi lançada em 21 de abril de 2017.
Embora a demora, o álbum está entre nós, e o que realmente importa, É Hino, ou Bomba?
Abrimos o álbum com a agitada e pessoal “The Way I Am”, onde Puth abre o jogo e conta a seu público, e a quem interessar, quem ele realmente é. Em meio a batidas oitentistas e um rif de guitarra que parece ter saído de um trabalho do Queen, ele conta o quanto é inseguro nesta sociedade onde todos são estrelas no instagram, enquanto ele apenas quer realmente conhecer alguém que signifique algo.
Não há o que criticar em “Attention”, a música é perfeita dos pés à cabeça, e se você não concorda, não merece ouvir a este trabalho. O bass faz toda a diferença, e quando ele bate é quase impossível ficar imóvel. A faixa flui suavemente para “LA Girls”, que continua a história que Charlie conta sobre essa garota misteriosa (coof BELLA THORNE coof), que fodeu com seu psicológico e seu coração. A vibe é agradável assim como os vocais no post chorus. Com um break muito refrescante, É #1 na certa.
Os capítulos sobre Bell-Digo, garota misteriosa, continuam em “How Long”, que se parece uma pirada da selva, educada em casa, e que é uma versão menos gostosa de “Attention”. Na faixa Puth e sua amada brigam sobre alguma traição que rolou entre eles, meio que ele deu o troco do que rolou em “Attention”.
E se você achou que a anedota teve seu fim, ela se estende para “Done For Me”, faixa em que ele é acompanhado pelos vocais suaves e pontuais de Kehlani. A faixa conta todos os sacrifícios que eles fizeram um pelo outro, mas que na visão individual deles, não foram retribuídos. Pensando pelo lado estético, eu sinto que essa história, por se estender em tantas faixas, deveria ser um trabalho a parte, como um EP. Mas não dá pra negar o cuidado em contar sua história coerentemente e ainda assim estar dentro do som proposto pelo álbum.
Seguindo em frente para a primeira baladinha do álbum, “Patient” conta a parte final dessa história, onde ele se desculpa e pede em vocais muito doces e afinados, para que sua amada tenha paciência com ele, pois ele ainda é imaturo e só agora aprendeu o que ela precisava. A faixa mostra vulnerabilidade o suficiente para se engajar a faixa, mas infelizmente, soa como a trilha sonora de uma comédia romântica o final dos anos 90.
Em “If You Leave Me Now”, Puth traz o grupo melódico do final dos anos 80, Boyz II Men, conhecidos por suas músicas românticas. Para completar a faixa, que é quase uma acapella, em que ele pede a sua amada que não o abandone e se pergunta quando foi que eles perderam a magia. É pra fingir? Adorei.
“BOY” é a inversão de papeis que toda garota reza para o seu ex passar, ao menos uma vez na vida. Puth canta sobre como ele geralmente não se entrega, ou se importa, com outras garotas. Mas agora, com uma amante mais velha, ele está pronto para por tudo o que tem no relacionamento, porém, ela o trata como apenas um garoto. Sinceramente, pelo título eu estava esperando a revelação da bissexualidade para que finalmente pudéssemos ser um casal, mas não foi desta vez…
No entanto, Charlie volta a sua personalidade de macho escroto em “Slow it Down”, em que ele conta como uma garota tenta demais faze-lo se apaixonar, mesmo ele a dizendo que o que eles têm não dará certo. A sonoridade é amena, e não me causa nenhum tipo de interesse em repetir a faixa futuramente.
“Change” e “Somebody Told Me” vem a seguir e não trazem nada além da sensação de overstay (quando você fica tempo demais em um lugar que não é bem-vindo).
A alegria do álbum volta com a chegada de “Empty Cups”, que traz a vibe que esperamos do álbum tão bem representado por “Attention”, “How Long” e “Done For Me”. A faixa conta como ele fica sozinho com uma garota de quem ele está afim, ao final de uma festa, quando estão só eles e os copos vazios. Ainda sugere ligar a TV, para que ninguém mais possa os ouvir. Safaduxo.
E nos despedimos de Puth, com vocais perfeitos, na linda e emocional “Through it All”, onde ele conta um pouco de sua história e o que ele já viveu. Nos deixando com a mensagem de que “ele não choraria se o fim do mundo acontecesse amanhã, pois ele já viveu tudo o que queria”. E um leve gostinho de álbum mal construído.
Por fim, o álbum de Charlie não é nem de perto o álbum do ano, mas também não é horrível. Na verdade, a minha nota seria um 7 de 10. Talvez as mudanças que o fizeram adiar o álbum tenham atrapalhado no fim das contas, nem sempre é bom remexer um projeto até ele perder sua essência. Puth tinha algo consistente e positivo em pelo menos 9 das 13 faixas apresentadas. As vezes o perfeccionismo pode ser nosso pior inimigo.
E vocês, ouviram ao álbum? Que nota vocês dão? Quais suas faixas preferidas? Me contem nos comentários.