Bleta Rexha, conhecida pelo nome artístico Bebe, vem nos chamando atenção desde os primórdios de sua carreira. Com hinos como “Can’t Stop Drinking About You“, “I’m Gonna Show You Crazy” e a icônica “Monster“, que apesar de interpretada por Eminem e Rihanna em sua versão popular, foi composta e cantada por Bebe ainda no sótão da casa de seus pais no Brooklyn em NYC.
A verdade é que, apesar de sempre nos apaixonarmos por ela a cada lançamento, esperávamos pelo momento em que teríamos um trabalho completo da cantora de “Só Dá Tu” (I Got You). Não muito tempo depois de seu sucesso inesperado com a faixa “Meant To Be” em parceria com o duo country, Florida Georgia Line, e presente em seu EP, “All Your Fault Pt. 2“, Bebe finalmente conseguiu o sinal verde de sua gravadora para lançar um LP solo.
Embora a demora, o álbum está entre nós. E a pergunta que não quer calar é
É Hino, ou Bomba?
O álbum começa seus trabalhos com a poderosa “Ferrari“. Que apesar de ser uma das melhores do projeto, foi utilizada apenas como faixa promocional. Na letra Bebe reclama sobre como vive a vida de modo superficial sem aproveitar de verdade os momentos a sua volta. Ainda de quebra, ela mostra um de seus melhores vocais já presentes em seus projetos.
A segunda faixa é o primeiro single do álbum, e trata-se de uma balada-up-beat (?), onde a interprete conta o quanto é frustrante estar apaixonado por alguém sem ser correspondido. Nós te entendemos, Bebe! E por isso “I’m A Mess” é o hino de amor próprio que você precisa adicionar a sua playlist diária.
O #StopQuavo2k18 segue firme e forte, mas parece que os artistas ainda não entenderam. O álbum segue firme no flerte do up beat com sons orgânicos, e poderia facilmente ser um lançamento diretamente dos anos 2000. Mas na verdade, trata-se de “2 Souls On Fire” segunda faixa promocional do álbum. Na parceria com o odiado rapper Quavo (Migos), Bebe canta sobre o desejo carnal entre duas pessoas, e como você se sente em chamas quando isso acontece.
“Shining Star” vem a seguir, e primeiramente nos assusta com uma vibe interlude do processo criativo do violão presente na faixa. Nessa história, ela canta sobre um relacionamento conturbado entre um cara bonzinho e uma bad girl. É gostosinha, mas não me atiça a clicar no repeat.
“Knees” chega como um tiro no peito. Uma baladinha bem pop e sincera como não ouvíamos em anos! Por essas e outras que confiamos a salvação do pop as mãos de Bebe.
Em seguida, pera… Só Dá Tu??? Menina o que você tá fazendo aqui???? Como diz o famoso ditado “Em time que está ganhando, não se mexe”, e foi exatamente o que foi dito nas salas de reunião da Warner quando 7 homens brancos de terno decidiram colocar “I Got You” na tracklist do álbum. Eu tava lá! Eu era a mesa.
A sequencia de bate cabelo é interrompida por um bate-cu doido com a reggaeton-inspired “Self Control“, faixa em que Bebe diz não ter auto controle e estar viciada no boy. Quem nunca!
“Sad” traz a dose certa de EDM que você precisa em seu dia, com a letra bem depre-tumblr-gótica, já é nosso hino pessoal dos sábados a tarde sozinhas no quarto. E com “nosso” eu quis dizer meu, não tenho amigos.
Agora precisamos de um momento de silencio para apreciar o exemplo claro de como o pop deve soar nos próximos anos com a influencia do trap. E essa obra prima é “Mine“, que chega na maior vibe hip-hop e tira o folego com cada nota autotunada por cima do beat. 10/10, é definitivamente a mais inovadora no projeto, e também a minha preferida.
“Steady” segue a mesma vibe da faixa anterior, e diga-se de passagem, tem quase o mesmo efeito. Tory Lanez, acrescenta a faixa como o Quavo gostaria de acrescentar mas jamais será.
Mal saímos de uma sequencia matadora e já entramos em outra, aberta por “Don’t Get Any Closer” começa a maratona de baladinhas super sensíveis e maravilhosas que Bebe guardou no bolso para nos surpreender. Os vocais estão impressionantes novamente e só surpreende a cada vez que o instrumental sobe em uma sinfonia maravilhosa.
O baque não acabou se era o que esperava, “Grace” vem para nos dar outros tiros de verdade. Sobre relacionamentos com pessoas muito bacanas mas que não são sua cara metade, Bebe então questiona como quebrar o coração de alguém sem o machucar tanto.
“Pillow” então vem para mostrar que uns dias são da caça e outros do caçador. Quem sofre agora é Bebe, por estar longe de seu parceiro. Com toda essa vida louca de estrela pop, sustentar um relacionamento em diversas partes do mundo, apenas fingindo que seu amado é seu travesseiro, né non?
E como tudo que era doce o Expectations chega ao fim com essa faixa incrível e bem equilibrada… Ah não pera, os homens brancos de terno voltaram para enfiar “Meant To Be” sua goela a baixo. Prefiro me abster de comentários.
Por fim, o álbum de Bebe apesar de não nos trazer a dose pop que esperávamos baseado em seus lançamentos anteriores, ainda consegue surpreender positivamente. Definitivamente merece um espacinho em sua coleção e também em seu coração, pois é na minha opinião, um dos melhores lançamentos do ano, totalizando 8 de 10 na escala Freakout de qualidade.
E vocês, ouviram ao álbum? Que nota vocês dão? Quais suas faixas preferidas? Me contem nos comentários.